Harpa em Sevilha
Pátio do Conservatório |
Sevilha não tem uma tradição musical muito grande. Pelo que a Daniela me contou, a orquestra daqui tem poucos anos e, no início, cerca de 70% dos músicos eram estrangeiros (inclusive ela, a harpista). Daniela Iolkicheva é búlgara e toca na Real Orquesta Sinfónica de Sevilla desde 1991, ano de sua fundação. Agradeço toda a atenção da Daniela, que mesmo tão atarefada e cheia de concertos e compromissos, deu um jeito de tomar um suco comigo e me ajudar no que pode tanto para me ajudar a entrar no conservatório, quanto para encontrar uma harpa.
Sala de harpa |
Na Espanha a harpa também não é um instrumento super popular (mas onde é?), e o conservatório aparentemente tem poucos alunos, existem poucos harpistas ou professores de harpa por aqui. A harpa celta acho que é ainda mais rara.
Mas o que me chamou a atenção foi o conservatório. Grande, espaçoso, bonito, reformado (ainda que não totalmente, algumas partes estavam interditadas). A sala de harpa era uma só, com três harpas: duas Salvi e uma Camac, Uma das Salvi (Apollo, se não me engano, não cheguei a vê-la), ficava guardada na caixa para dias de concerto. Os alunos podiam escolher entre a Camac e a Salvi Aurora para fazer as aulas...
...mas não para estudar, porque a sala era também usada para aulas de outros instrumentos, o que não possibilitava o estudo dos alunos ali. Então, o aluno tinha que obrigatoriamente ter uma harpa em casa.
A sala era ótima. Tamanho médio, móveis novos, ar condicinado com controle remoto - e assim eu não precisei morrer de calor, porque aqui faz muito calor no verão, (chegando a 50 graus!!!), nem de frio, porque o ar condicionado da UFRJ às vezes me congelava. No Rio, eu sempre tinha que ir de agasalho na mochila, em qualquer estação do ano. Enfim, as instalações eram ótimas, mas não adianta muito se cada aluno tem que ter sua harpa. No Brasil seria um desastre. Nenhum dos meus colegas da UFRJ tem uma harpa de pedais, nem eu. Sei que na UFMG as coisas estão um pouco melhores, mas acho que nem tanto. (Isso o Romero vai saber dizer melhor, hehe).
Estou postando aqui as fotos para vocês conhecerem um pouco o Conservatório Manuel de Castillo em Sevilha. E logo, logo, Brasil, estarei de volta!
Oi, Rayana. Que bom você comentar sobre sua viagem!
ResponderExcluirMesmo que a harpa não seja popular na Espanha, com certeza é bem mais conhecida e respeitada do que no Brasil. Afinal de contas, a "arpa de dos órdenes" faz parte da história do instrumento. Graças à influência dessa harpa, trazida ao continente americano pelos jesuítas, aquela que chamamos de América Espanhola tem harpa de cima a baixo.
Também, é na Espanha que acontece o concurso internacional de harpa "Arpista Ludovico", criado pela Profª Maria Rosa.
Você esteve em Madri? Perto do prédio da Ópera, tem uma loja chamada Mundimusica, do Sr. Garijo, que vende harpas de pedais e célticas da Salvi, além de acessórios e cordas.
Por falar em Salvi, a harpa da foto não é uma Salvi Aurora, que você menciona como sendo uma das Salvi do Conservatório. É uma Salvi Diana.
Abraço,
Romero.
Oi Romero! Obrigada pelo comentário. Entrei em contato com a Mundimúsica para tentar alugar minha harpa de pedais, mas os preços estavam exorbitantes.Não cheguei a ir até Madri.
ResponderExcluirInteressante isso que você falou mesmo sobre o modelo da harpa. Na verdade temos na EM da UFRJ Auroras e Dianas. Mas nenhuma é igual a essa, e isso está me confundindo um pouco. As modelo Aurora são assim, com a madeira cheia de vértices, em todo o comprimento da coluna. E as Dianas tem esses "nós", mas são lisas na parte central, diferente dessa da foto. Será que é uma versão mais antiga de algum desses modelos ou a Diana pode ser assim também?
Mas, de verdade, apesar desses nós, ela parece mais uma Aurora que uma Diana (o tipo de corte na madeira da coluna). E pelo que me lembro, a professora de lá me apresentou como Aurora mesmo.
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